É na época das Festas Juninas em que mais nos lembramos desta árvore, ou melhor, da deliciosa semente (o pinhão).
A Araucária angustifólia (Bertol.) Kuntze, família Araucariaceae, seu nome específico é uma palavra latina significando "folha estreita". Também conhecida popularmente como pinheiro-do-paraná, pode chegar até 50 metros de altura com tronco retilíneo de 90-180 cm de diâmetro.
É nativa da mata atlântica brasileira, mas predominantemente da região sul do país, por este motivo, tornou-se o símbolo do estado do Paraná, servindo como suporte para o brasão à direita, junto com a erva mate à esquerda.
Somente no estado, ocupava uma área de 73.780 km² e atualmente resta apenas uma área de aproximadamente 1,3%, estando a espécie ameaçada de extinção.
Sua semente é comestível e avidamente consumida por várias espécies da fauna. Uma curiosidade interessante é que a ave gralha-azul esconde os frutos no solo para consumir depois e acaba plantando a árvore (Lorenzi 2016).
Encontra-se fértil nos meses de setembro à outubro e entre abril e maio inicia a maturação das sementes, no entanto é importante lembrar que o pinhão demora de 15 a 20 anos para começar a produção.
A araucária é protegida por lei desde a publicação da Carta Régia de 13 de março de 1797, que reservava os pinheiros para uso exclusivo da Coroa portuguesa, no entanto a exploração perdeu o controle no século XX, mas posteriormente diversas leis foram criadas e deveriam garantir a proteção da espécie, como o Código Florestal n.º 4.771/1965 e o Decreto nº 750/93.
A grande redução na população de araucárias ameaça de extinção não só sua própria espécie, mas muitos outros organismos a ela associados. Não podemos ignorar o manejo sustentável dos recursos naturais, a araucária é somente um exemplo de tantos outros que passam despercebidos na correria insana de nossa vida urbana.
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